Numa viagem assim

Era noite de segunda, alguma de inverno quando eles se conectaram. Um deixava seus óculos percorrerem ao longe os leves diálogos de Green para se convencer que sempre era tempo para recuperar o coração que desceu ladeira abaixo. O outro lia Brown como se perder-se no inferno não fosse tão eterno assim. Pertenciam ao mesmo vale desde os primeiros suspiros em cores. O destino simpático lhes apresentou em corredores acadêmicos. A ironia da vida percorria por universos tão dispersos quanto Green e Brown. Talvez por terem crescido distante das livrarias seja uma das explicações para o apego aos cadernos, lápis e teclas. Entre os mais simples versos e acordes ousavam prever-se. Cotidianidades, atemporalidades, sentimentalidades que paravam em caixas editáveis de blogs sem nenhuma mudança. Diziam que cada inspiração gerada em madrugadas cujas canecas detestavam café, era capazes de narrar uma saudade desconhecida de si. E se não narrasse, pelo menos uma serviria para outros pares se ent...