Água corrente

Aquela menina lá atrás lutava para não se afogar naquele mar, mar furioso de dúvidas. Talvez ela não tivesse noção de que aquele mar de informações não cabia dentro de si. Muitas gotículas couberam, cabem ainda... maior parte de seu solo precisa se hidratar. A cada nova gotícula parece que aumenta a sede curiosa. A mulher de agora ainda nada contra a maré, ainda não aceita qualquer boia, ainda insiste nas correntezas, ainda precisa de aventuras, mesmo que tema. A menina que não se deu conta de tão rápido que virou mulher ainda não entende a sorte, os sonhos, o ritmo das ondas, não entendem sensações como déjà vu, não entende aquela espécie de impriting que lhe suga em redemoinho e a falta de aptidão em ser jovem brisa marítima. Elas ainda remam sozinhas num barco de saudade, bote que não as salva. Sem entender porque algumas pessoas simplesmente conseguem embarcar e outras nunca conseguirão. Elas rezam sem acreditar em Iemanjá. Não concebem como conseguem criar caraminhola...