Machuca, machuca, machuca

Brigo com a discussão, não tenho tempo para amigos, despreso o espelho, a chave que sumiu, a porta que emperra, chuveiro queima, esbarro em quem nem sequer queria ver... ciente de que o que eu estou é brigando comigo mesma. Porque eu aprendi que as pessoas nunca terão atitudes iguais as minhas. Somos diferentes sim, mas quem é por mim? Não posso exigir que os outros sejam previsíveis, determinados como eu sou, apesar de achar que deveriam. Sem cobranças, apenas aceito o que quer que os outros sejam. Não é porque minhas posições são firmes e por tantas vezes parecem irredutivelmente burras que as pessoas têm que me entender, entender meus motivos, a história - que eu nem conto menos ainda sei - que me fez assim. Mas sem saber nada delas, eu me esforço, e as aceito. Quando eu faço o "meu correto", quando sou direta e pareço fria, quando estou em fuga e parece ironia, quando falo na cara coisa que ninguém diria, acabo me ferrando, porque o esforço que faço para compreender as ...