Aventure-se
Você já parou para analisar que quando você desiste de viajar e o embarque sai da estação, mesmo que as malas estejam preparadas, você não terá mais oportunidade de embarcar? Aquele emprego que você não aceitou. O convite para comer uma pizza em uma noite de sábado que você recusou para remoer o irremediável. Tudo que, mesmo involuntariamente, você dedicou seu tempo ao sol para construir na areia e ao findar, sem explicação alguma, entregou às ondas...
Um "não" complica um retorno, uma rosto virado dificulta encontrar de olhos, um esquecimento não se faz memória. Você já pensou em quantas vezes a gente abre mão sem perceber e anda para o lado pra não correr risco nenhum na reta? E se o risco for valioso? A gente não prevê que retornar ao caminho pode não ser uma simples engatada de marcha ré e acelerar. Como compreender que determinadas estradas vão se desfazendo nas curvas e que a paisagem lateral são selvas vazias de horizontes?!
Ter medo de tentar e perder a oportunidade de viver outras emoções é covardia. Maior covardia é perder alguém por não se permitir valorizar... A história de dar valor quando perde é não querer entender relações que foram pro espaço. E antes mesmo que ela entre na nave, percebemos que a perfeição dos instrumentos de vôo não possibilitarão passagens de volta. Depois que a vasília de jujuba cai no chão é difícil colher as roxas preferidas, muito menos as verdinhas de esperança. É mais fácil se livrar de todas porque dentre os pedaços de vidro chamamos o medo de nos cortar de perda de sabor...
Deixar vacuos é charme, cativa e causa desejo.(?!) Alguém parou pra pensar que não se sabe a dose certa e que pequenos goles podem desvalorizar as melhores intenções? Aí você deseja viajar de novo, mas o trem partiu... dança em outros trilhos. A cadeira que seria sua possivelmente se encontra ocupada por outra mala, talvez menos sedutora, certamente mais aconchegante!
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