Conto de fada pós-moderno

"Seja como for, real ou invenção
melhor acreditar e seguir a direção! (...)
Entre dramas, ilusões, intrigas e traições,
buscar sempre a verdade, ideal de realidade."
Era uma vez, num reino não muito distante... um girino inocente que quando nasceu  deixou toda a inocência no codão umbilical, portanto virou um?! Isso! AUAU! Personagens modernos e quem conta não é mesmo uma fada, portanto, com uma autora perdida, a única coisa que é certeira nesse conto é o relativismo do desfeixe!
 
A história tem um principe, que escorregando entre suas opções não sabe se está se comportando como um princeso no caminho para ser rei. O fato é que ele não deseja perder seu reino (ou seria o harém?!), quer uma prole Júnior (menor que a do Shrek) e precisa de uma rainha. Embora não queira dar o braço a torcer tem mesmo medo de sofrer, mas no fundo ele trás por dentro o romantismo e toda a vontade de manter os princípios de outras épocas. Sabe que em algum momento vai ter que entender que os galopes no cavalo (ou seria automóvel?!), os amigos e damas aos seus pés não serão suficientes pra lhe proporcionar o "happy end". Será preciso ter coragem e partir em busca da maior aventura, a chave que dará asas ao seu coração.

A princesa encontra-se em plural. É insegura, pudera, a concorrência é alta! A vontade é grande, porém, a contextualização das histórias que lhe encantavam num tempo em que tudo era mais simples lhe incutiram a idéia de que não se deve perder o orgulho e se contentar em ser usada, não quer ser mais uma. Ela não  adivinha o momento certo de transparecer seus sentimentos, talvez ela se enrigessa o suficiente para perder a atenção do principe que está acostumado atender sinais de alerta. As vezes bate o medo de não encontrá-lo, sim, ela sabe dessa possibilidade de ficar a ver "cavalos". Seus sonhos e fantasias lhe angustiam e lhe levam a escolher entre dois caminhos: virar príncipa e partir pro ataque ou continuar sendo a firme gata borralheira na espera, esperando saber o estágio em que deve se contentar mesmo com sapos.

O príncipe sabe de seus poderes, talvez esteja na genética a superabundância de sedução. Ele gosta mesmo de ter todas aquelas manteigas ao alcance das mãos. Finge não ver, mas sabe, e carrega no peito o lema: eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também! São poucas as que não se derretem e conseguem ver isso de camarote. Não se sabe se ele já sofreu de amor e usa isso como desculpa para fazer várias subalternas sofrerem, ou simplesmente não tem noção do quanto os sentimentos femininos são frágeis, apesar de aguentarem porrada em maior quantidade. O príncipe precisa escolher, enrola e não sabe que método usar pra não cair do cavalo: encontrar o encaixe pro seu sapato velho, raptar uma donzela pura e meiga, transformar uma cortesã, ir buscar em outros reinos, puxar algumas tranças estilo caverna e invadir a torre no meio da noite, beijar alguém calada e adormecida que só não pode ser dragão ou talvez seria mais fácil protagonizar o papel do lobo mal e só comer, comer, comer...

A princesa ainda anseia, ainda sonha. A princesa aqui tem um nome. Logo alí tem outro. Em outro reino, mais um nome. Talvez a única coisa que lhes tornam singulares seja a crença expectante. Talvez esteja com algum cavaleiro pra não ficar só. Talvez ela largue tudo se achar um cavalheiro. Talvez ela esteja sofrendo carente querendo colo e carinho. Talvez seja inocente ou prefira ser enganada. Talvez ela anda estressada por culpa de algumas loucas desvairadas que lutaram pra ter dupla jornada. Talvez seja fiel a pensamento. Talvez ainda sofrendo a última desilusão porque enquanto fazia doce o safadinho lhe esfregou uma "nigrinha" na cara. Talvez elas se conheçam, dividam o mesmo povoado e estejam dispostas a herdar o mesmo reino...talvez!

A autora teria que determinar o final. Um principe, uma princesa, um casal perfeito, a festa de casamento de arrobar o reino (ou o bolso) onde se reuniram os amigos e os parentes felizes e no cume das realizações um baby, cercado de amor, carinho e estrutura (claro, atualmente os babys não custam pouco!). Mas,  novamente, a autora não é fada para tocar os sininhos mágicos que ludibriam as histórias com previsibilidade, tampouco alcançou o estágio bruxa pra exterminar o amor e suas possibilidades. A autora na verdade era teimosa e criou elo com seus protagonistas, discute e dialoga de forma que passa a fazer parte do enredo também! Ela queria saber o fim, mas não sabia o seu próprio. Sabia que todos os finais poderiam não ser tão felizes assim...e que ninguém é perfeito pra ninguém.

Uma coisa é certa, os objetivos eram os mesmos... o principe, a princesa, a autora, todos queriam ser felizes. Não importa a forma: real ou invenção o importante seria fazer o que fizesse bem ao coração. O principe  buscava seu fim, a princesa buscava seu fim, a autora buscava seu fim... perceberam todos que aquilo tudo de construção da história dos sonhos estava fora de seus controles (e aqui eu não falo dos remotos). O Criador, o tempo, o reino e o giro que o mundo dava, embaralhava todas as cartas que daria sorte ou azar. Sem influência da experiência ou idade determinada, sem a certeza de local ou de que era somente o querer que faria tudo aquilo que começa lindo durar... eles só tinham que entender que era inútil escolher, eles seriam a escolha. Era preciso que resistissem a nuvem de sentimentos gélidos, relações fracassadas, desesperança e descrença no amor. Era preciso que fossem raros, fortes, reais e dispostos a lutar pelo que for...

- Era preciso que fosse logo!
- Calma narradora! "engraçadinha", "espertinha", "pestinha"...
- Vocês existem pra me mostrar que eu não sou a única estranha no paraíso!
- O tempo está correndo pra todos nós, confusos e confundidos. Mas acredite, de verdade, nada está perdido porque essa história é escrita diariamente...

Lembre de uma cena da novela TITITI que vale a pena rever ou aproveitar. 2 minutinhos de sonho ou aprendizagem! **

ATENÇÃO: Esse post teve parcela grande de inspiração. É o primeiro que dedico a dois amigos especiais: TV e LS! (L)


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