Não será fácil.

"Depois de você os outros são os outros e só...
Procuro evitar comparações entre flores e declarações,
eu tento te esquecer!
A minha vida continua mas é certo que eu seria sempre sua..."

(Paula Toller)

Curiosamente, não foi o namoro mais longo, não era oficial nem público, não fizeram nenhuma viagem, não dormiram juntos, sequer correram na praia revivendo alguma cena de filme ou andaram de mãos dadas... mas foi o que lhe vem a memória como o que chegou mais perto de um amor pra ser perfeito!

Depois dele não houve ninguém que brincasse tanto. Brincasse no andar, no falar, no piscar, no jeito de se aproximar quando ela ensaiava controle. Que dizia um “eu te amo” ou fazia pequenas declarações quase convicentes. Alguém que lhe desse mais ânimo quando escrevia um elogio tão distante, mas tão simbólico numa brincadeira. Alguém que transformasse panfletos de propaganda em algo que ela guardaria com carinho, nem que fosse a lembrança, como todas as vivenciadas. Ninguém jamais conseguiria igual! Não com aquele olhar...

Não foram mensagens de texto trocadas. Não foram e-mails de bom dia que possivelmente foram extraviados. Passaram dos planos de um futuro juntos, do desejo de dançar “As long you love me” juntinhos. Era a forma que ele conseguia lhe deixar...

Não era a timidez que lhe roubava a fala, não era bondade que fazia analisar uma forma de perdoar, não era lerdeza ou preguiça que lhe roubava a pressa e a vontade de jogar tudo pro ar. Eram risadas sincronizadas, olhares que se entendiam quando queriam criticar alguma coisa, cumplicidade dos segredos divididos e os abraços que mais pareciam querer transformá-los em um único corpo... ninguém chegou perto de uma mera imitação.

Ela acredita que ele ainda será superado e um outro assumirá o posto de melhor, mas por hora...seus pensamentos ainda dedicam-lhe músicas.