Nunca foi, nenhuma vez!


Férias, disponibilidade maior de frequentar o cinema e adivinhem, assisti ENROLADOS, uma nova versão da Disney para o clássico Rapunzel. Como eterna amante do "ilusório" infantil, rí e sonhei, restando ao final do longa analisar...

Psicólogos costumam chamar atenção para personagens das histórias que amedrontam crianças de forma que podem desenvolver traumas, tipo o boi da cara preta, o lobo mau, a bruxa ou no caso do filme, a mãe falsa que "sabe mais" e aprisionava a mocinha no castelo... Apesar de não lembrar de nenhum trauma que tenha adquirido, concordo que eles podem ser causados, no entanto acredito que o equivoco psicológico pode estar nas indicações. Certamente nenhum personagem existente pode ser mais prejudicial à vida de uma garotinha pura, indefesa e sonhadora que aquele que não foi nenhuma vez o real mocinho: o príncipe encantado!

Ouviamos os contos de fadas em casa(s) e na escola, na hora de dormir e nos momentos de lazer, muitos ainda possuiam a fita para repetir até sujar o cabeçote do vídeo cassete. Resultado: eramos incentivados a aprender decorando a idéia central que regia: "Era uma vez uma princesa que FOI ENCONTRADA por um lindo príncipe que colocou-a em seu cavalo branco e a levou para um reino encantado onde foram FELIZES PARA SEMPRE!"

Os anos passam, a viagem não tem volta, as lembranças permanecem e nos damos conta que mesmo que tenhamos compartilhado juntos as historinhas, elas influenciaram de forma diferente meninas e meninos:

Para nós foi o princípio da construção do sonho, já estavamos encantadas. Escutávamos e assistiamos aquelas lendas nos imaginando no lugar das princesas lindas e sortudas… crescemos, amadurecemos e pra muitas de nós ainda custa compreender que o homem não tem obrigação de ser o príncipe, que pedirá nossa mão em casamento, nos dará um longo beijo e nos levará de pressa ao capítulo “felizes para sempre”. Imaginávamos que ele seria carinhoso, atencioso, amoroso, nunca coçaria o saco nem nos trocaria por partida de futebol ou playstation. Nos desenhos não passavam o costume de deixar tampas dos vasos suspensas nem suas comparações com suas mães. A impressão que ficava era que todos os dias ele nos olharia com o mesmo olhar apaixonado do início da história.

Foi aí que a gente se fudeu ferrou... não tem graça quando encontramos desconsoladas chagando a afirmar que prefere o lobo mal. Verdadeiramente nenhuma de nós nos contentamos com um cara que queira apenas comer, comer e comer!

Ahhh, os meninos... enquanto eles ouviam os mesmos contos, creio que sua forma de assimilar e refletir nunca giraram em torno de amores perfeitos e sim em questões mais práticas, exemplo:

- Véi, se esse pangaré corresse mais rápido dava pra pegar mais de uma princesa por história! O príncipe poderia ter um carro com tração nas quatro, porra de pônei maldito!

- Essas primas da Cinderela são umas barangas, mas com uns "esquenta" até que dava pra encarar.

- Eita que essa branca de neve era uma descarada esperta, aproveitou dos sete anãosinhos enquanto num enganou um corno.

- Essa Pocarrontas era bem corajosa, deve ser gata no estilo Angelina Jolie ou Megan Fox de hoje, êh diaxo, se eu encontrasse uma dessa quando a sirene tocar pro recreio...

- Esse Joãozinho era esperto! Deve ter chutado as pistas do caminho para se perder com Mariasinha na floresta. Se ela for igual Mariasinha aqui da sala... até perco minutos do meu baba pra vê-la descruzando as pernas...

- Esse Peterpan é brother, o cara rapita a "nega" no meio da noite, leva pra terra do nunca, dá um zig na chata que voa atrás dele, ainda carrega os cunhado pra fazer média e ninguém fala de casamento no final dos "pega"!

- Humm... essa Rapunzel, lorinha... se "garrasse" naquelas tranças ia dá trabalho pra largar.


Gente,  não me levem a mal... mas essa é a única explicação que encontrei pra diferença em crescermos ridiculamente bobinhas e apaixonadas enquanto os homens raramente abalam seu auto-controle.

Com exageros à parte, há teor para uma reflexão que deveriamos fazer e que o filme começa fazê-la quando na inovação do conto Rapunzel, a princesinha chega a conseguir o happy end, mas não com um príncipe: tem que sofrer para se acostumar com um homem cheio de "marras", ao estilo enrolado! Estava mesmo na hora de aprender que homens não foram feitos para serem perfeitos, pois são humanos, passivíssimos de erros, defeitos e uma teimosia inquietante chamada de vontade própria... assim como nós mulheres.

Talvez a nova geração esteja salva, mas muitas de nós ainda precisamos esquecer das historinhas e enxergar os homens reais que estão ao lado. Que tenhamos noção de que os finais não serão sempre os mesmos! Não devemos deixar de sonhar e acreditar na eternidade do amor, mas uma vez que não sabemos se seremos “felizes para sempre”, sejamos clichês modernos em querer que o amor ao menos “seja eterno enquanto dure”, e que por hora, seja suficiente.

Comentários

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.........
    mto show Lay...
    esse eu aplaudi de pé.. te juro... hauhauhauhau
    é isso q eu tô tentando dizer: eu sou um ser humano!!!! zorra!!!!!!
    xero

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  2. Alguma coisa me dizia que tu iria gostar, fico super feliz pelo tanto! :D
    Eu sei que você é humano, poxa! hahauahauhau.
    Mas não crie asas pela bronquinha que dei nas mulheres, lembre-se que os melhores "enrolados" são aqueles que tentam se controlar e demonstram os sentimentos humanos também, claro, que possuem! S2

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