Novamente

Daqui a 10 minutos talvez eu enlouqueça.
 Fora, seu silêncio me devora,
algo diz preu ir embora,
não entendo seus sinais...
(Ana Carolina)



Sentei naquela mesa de lanchonete avistando copos coloridos e sequer pensei em não rir aquela noite. Uva, por favor! Sonorizada pela (m)tv, a noite parecia começar. Lhe acompanharam os planos de futuro, o desejo de uma cobrança liberal e provocações a cada lado que eu pudesse olhar. Realmente, desejava companhias interessantes, risos novos e a felicidade em dividir um simples copo de suco.

Aí chegou o determinante, o que menos queria pensar, menos ainda ouvir. Soava alto, talvez ultrapassasse o timbre daquela cantora, daquele violão sabido, um tango em dengo. Quis acreditar que talvez minha saudade não alcoolizada nem me fizesse lembrar tudo outra vez ali, no meio das bebidas vermelhas, amarelas e vinho. Mas deu vontade de te ver e sofrer mais uns minutos, uns dias. Deu vontade de saber que você (acha que) não nasceu pra mim, mas que sou a criança birrenta que quer o ursinho sujo que a menina da rua ao lado brinca.

E você poderia caber naquela mesa mais uma vez, ao lado daquelas pessoas que nunca conseguiram te imaginar sem aquele encanto de educação e com tua verdadeira intenção comigo. E antes que eu começasse a pensar em todas as combinações que deveriam dar certo, meus risos apaixonadamente idiotas, suas implicâncias, nos beijos de corpo todo, no olhar sonso ou no puro medo de perder o que até ontem era só nosso. E antes dessa acúmulo de lembranças, o repertório mudou... Saiu de Carol e foi pra Sá, agora é samba, chegou a nova etapa de vida que eu nem fizesse questão de viver, vivendo. Esqueci aquela queixa, lugares que passei e lembrei dos próximos passos. Será que cada pequeno poema de saudade me trariam você? Será que isso é dizer com peito cheio que amei e provavelmente amo?

Vai ver as uvas responderão!



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