Por quê?



Porque todo mundo tem medo de ser chato e irritante e desinteressante. E tem medo de pegar muito no pé, se tornar vulnerável ou muito disponível. Porque todo mundo, de alguma forma, quer se proteger e não se machucar, não se expor, não correr riscos. Porque os espelhos podem dizer mais do que você gostaria de manhã. Porque você ainda tem fé, mas acha que no fundo mais fácil seria ignorar as esperanças. Porque a paciência é uma virtude, mas não é a sua. Porque a lua alta brilha e você simplesmente adora a Clarice Lispector. Porque existem bilhões de pessoas no mundo, mas de repente... você não é de nenhuma. Porque você nem percebeu e pouco te importa a crise no mundo ou o discurso político que não é levado a sério como é um humorístico. Porque você rí enquanto o mundo se apavora. Porque a música velha de sempre pode ganhar nova roupa quando Maria Gadú cantando Kelly Key até ressignifica tua madrugada de sábado. Porque o salto pode quebrar e você se sentir sei lá quanto sexy encharcada ou parada com o sol rachando na testa. Porque o seu medo é o quê e quanto tempo mais. Porque você não sabe. Porque as interrogações são múltiplas. Porque o desejo cala. Porque as palavras somem. Porque há incerteza... Por quê?

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