Perceptível.


Ele estava lá e eu derramando em seus ouvidos todos os meus delírios platônicos por aquele super-gato-lindo-inteligente e impossível na medida em que se me notou não deu nem sinal de interesse instantâneo. Ele alí, e eu nem percebia que era ele que tornava minha história mais descontraída, menos sofrida e plenamente real, bem vivida. E foi quando cansei de suspirar e necessitei respirar que notei quanto tempo eu tinha perdido sem perceber que ele estava alí tão constante que podia jurar que gostava de mim de verdade. E foi lembrando o olhar tão atento, o sorriso tão sensível, o abraço confortador e a falta que o tempo corrido tinha nos doado, que desejei checar a chance de seu apreço por mim... o irônico foi vê-lo encima de um caminhão de mudança rumo à BH. Ele chorou e eu, desnorteada, me interrogava como foi que não percebi quando aquele menino mais lindo-de-tudo-quanto-é-jeito começou a me notar, sem termos ao menos ficado. Me perguntei e ainda me confundo. Porque era como amigo que o recebia nas visitas surpreendentes de fim de tarde, quando ele trazia um dvd que deixava de lado, pela resenha de presenciar minha falta de talento na cozinha. Apesar dos almoços com os pais em pleno domingo, que se prolongava pela conversa em família e cochilo da tarde. Apesar da atenção da tia (mãe dele) que tinha até o número do celular, e do carinho apegado da "maninha" dele. Apesar das madrugadas que, mesmo virtualmente, voavam regadas a conversas que tinha qualidade, além da cumplicidade e do tanto de afinidades. Idiota!    


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