Árh... risco!



"Cara, eu me arrisco bastante!". Revelação de quem meio que acredita desejando... afinal, viver é se arriscar, não é?! E a gente não vive sem correr riscos.

Mas nos contradizemos rapidinho, porque arriscar tem a ver com inovação, aceitar desafios (nem que sejam próprios) e correr o perigo do desconhecido, do imprevisto, das atitudes tomadas pelo impulso, antes que venham a ser uma das poucas opções 'encurralantes'... mas a gente é covarde até pra enfrentar um corte de cabelo, poxa!

E a gente fala "sou fodão!", maior parte querendo acreditar e a restante porque acredita mesmo. Porque é muito cômodo ser a gente, ter pena da gente, se compadecer com nossas dores ou problemas que nós mesmos arranjamos... e quem não gostar que se dane, não é mesmo? Mudar pra quê? porquê? por onde?

E a gente fala de amor, e espalha que quer viver um, sem ter noção de quão auto-guarda-costa somos. A gente se protege com força quando cria a segurança, que por sua vez sobrevive dos nossos medos, sobressaltos, inseguranças... Afinal, sozinhos não corremos riscos! Ao menos não o da rejeição...

E a gente reprova nossos pretendentes em testes, que coitados, nem ao menos sabiam que estavam sendo avaliados. A gente seleciona, determina, desleixa, abomina, alforria... sem ao menos enxergar que erramos quando NÃO suportamos ter ao nosso lado alguém que tenha OS MESMOS defeitos totalmente humanos que temos. E a gente quer alguém "fodão" o suficiente pra permanecer alí, apesar do que aparenta ser indiferença, chatice, desprezo, desinteresse... "fodão" para ser paciente até nos convencer, nos provar que vale a pena um tentativa, nos fazer mudar de idéia, nos comprometer!

No dia-a-dia damos seqüência àquele padrão ingênuo em que vivemos nossas paixões. A gente recria histórias pra fantasiar sermos portadores de um dom que não temos, o de prever e predizer, porque só assim poderemos saber o que dizer, o que fazer, como se comportar... e conseguimos até nos convencer que ainda assim corremos riscos, porque é mesmo bem fácil se arriscar correndo na linha reta. A gente não tem noção do quanto nos atraímos pela possibilidade de poder controlar: - Sim senhor! (homens) - Sim senhora! (mulheres). Doce ilusão! Do contrário a gente foge. Senão perde a graça, ganha tédio. E a gente deixa partir quando não manda embora...

E eu aqui falando da gente percebo que não me arrisco nada, cara. Ou me arrisco somente por escrito mesmo, sei lá! Talvez, daqui-a-pouquinho quando terminar o texto, eu entenda o que realmente eu quero e comece a agir ao invés de camuflar em palavras. Quem saiba eu ponha os pés na estrada e o coração na mão, quem sabe!? Talvez aí eu viva. Só talvez. Mas talvez eu vá fugir por muito tempo do "perigon" desse texto, vou dizer que ele se encaixa melhor nos rascunhos que na caixinha de post, vou reclamar do pouco índice de impessoalidade, vou ter certeza que ele é uma defesa magnífica ao estilo eu-complico-e-não-vou-saber-o-que-fazer-se-você-se-interessar. Eu quero, mas ainda não sei como. É, sei não...




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Traição

Patinhos à venda

Lição de Jumentinho;