O frio do Natal


"E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará." (Mateus 24:12)


  Como brasileira, bem sei que dezembro aqui é verão, clima bem diferente do que tá acostumado o bom velhinho do Polo Norte. Pra mim, é o melhor mês, um mês da família, quando as crianças estão de férias e o décimo-terceiro deixa mais recheiadas as contas... tudo contribuindo para uma magia, um astral, uma beleza de se ver, uma energia diferenciada que se instala, ou se instalava...

 Eu sempre amei as festas de final de ano, contava os dias finais de novembro, perceber a mudança de cenário, os presépios, as árvores, as luzes, reencontros familiares... Não sei se as pessoas estão acreditando realmente que esse ano o mundo acaba, mas é que já venho percebendo um certo “desapego” não é de hoje. As cidades pouco ou nada ornamentadas, um vestígio ainda nos mágicos mundos do consumo, os shoppings. As pessoas preocupam-se pouco em adaptar suas casas ao clima, e essa “frieza” invadiu inclusive a minha casa – minha mãe não se empolga em colocar as mãos na massa por seus filhos estarem crescidos.

Perceber isso me fez recordar um versículo que ao ler, sempre deixava de lado a iniquidade e me apegava ao frio do amor. Como o amor esfriar? A melhor exemplificação do cumprimento dessa profecia bíblica é o Natal. Ornamentações são supérfluas sim, mas a falta dela representa alguma coisa.

Em uma sociedade constantemente incentivada a ser menos “crente” e consequentemente mais desumana não há espanto quando a atenção de outrora voltada à família perde a graça. Antes, se houvesse alguma intriga, esse era o período da reconciliação, hoje, tanto faz, nem almoço nem ceia. O mais importante não são mais os princípios ensinados às crianças, elas crescem aprendendo desde cedo a amar os bens materiais, tentando acumular brinquedos, exigindo prêmios pelo obrigatório bom comportamento e, mesmo que temporariamente, destinando o foco à figura simbólica do Papai Noel. É triste perceber que até o Natal está se tornando uma mera sacada de marketing e dos giros financeiros do capitalismo...

Ganhei presente sim, e não se assustem se ainda hoje me verem sentando no colo do velhinho fofinho pra tirar foto, mas também juntei as roupas que não cabiam e os brinquedos que pouco utilizava para ir com meus pais doar aos que tiveram menos oportunidades que eu. Fiquei frustrada ao descobrir que na realidade Papai Noel era meu pai (ou algum tiozinho legal) fantasiado, mas a realidade tem seus benefícios, passei a pedir presentes mais possíveis. Montei árvores? Tantas! Nada tinha mais valor que passar tempo admirando as luzinhas piscarem. Conhecia cada enfeite que escolhia com a minha mãe enquanto programávamos o almoço ou jantar familiar. É bem verdade que morria de preguiça de ajudar a desmontar a árvore, talvez porque se pudesse, ela permaneceria ali o ano todo, sempre soube que ela representava vida, os ciclos de maturação.

É difícil que meu amor pelo Natal esfrie. Sem dúvidas, a maior lição que aprendi é essa data representa a comemoração do nascimento do Filho de Deus, Jesus veio ao mundo sem muitos privilégios e foi uma criança como eu. Os sábios O buscaram para adorar e os amantes do poder queria matá-Lo. Foi o amor de Deus, Maria e José que o mantiveram vivo e seguro – o maior presente que a humanidade poderia receber.

 Não deve ser retirado das crianças de hoje receber presente, mas também devem saber quão bem faz dar. Uma geração não deve crescer desobediente, orgulhosa, amante de si mesmo e das coisas quando o amor deveria ser dedicado a Papai do Céu!

 Que o clima do verão aqueça de volta o Natal em nossos corações!

 O sorteio é amanhã hein gente?! (yn)

Comentários

  1. Bons tempos, né Lay? Saudades! Deixei de montar justamente pq desmontava sempre sozinha aquele batalhão de enfeites e era um sobre desce de escada... Ah teremos almoço em família, sim. não mais tão movimentado, mas faze o que? o que não pode mudar é nosso amor uns pelos outros e pelo Doador da vida.

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