Aqui estão os "vidaloka"!?


Li recentemente um texto um tanto radical quando a autodenominação vidaloka. Era uma carta ao leitor de Tatiana Lackmann, uma professora que repudiava adolescentes que gritam em "alto e bom som" a expressão que segundo ela, exalta crime, desrespeito e rebeldia como troféu dos quais alguém pode se orgulhar.

Concordo quando ela chama de vidaloka "quem acorda às 6 da manhã, tomar café sem pão, ir pra escola a pé, quase não assistir televisão pois na casa só tem uma, na sala, que sempre é dominada pela vontade da maioria, não ter internet, nem roupa de marca, e assim, ser o melhor aluno da turma e o melhor amigo que alguém pode ter".

Concordo que vidaloka "é ter luxo, conforto e apoio da família e aproveitar as oportunidade que o dinheiro proporciona de viver bem, de amadurecer e se desenvolver intelectualmente, mais do que uma grande maioria nesse mais".

Concordo ainda mais que vidaloka "é ter que parar de estudar aos 15 e começar a trabalhar aos 16 e, ainda assim, retornar aos estudos à noite, porque tem garra e gana de buscar um futuro melhor".

Sim, vidaloka é mesmo que não se tenha pai, mãe, afeto nem referência, acreditar que pode ser diferente quando quer. É chegar aos 17 com o ensino médio completo, sem ter filho e ter se divertido nesse meio tempo. O oposto das drogas por modismo, do desrespeito as pessoas. Do crime de aprisionar uma história a uma classe social. Ser vidaloka é a rebeldia contra o acomodado, apatia e conformismo que o sistema espera. E que assim seja! É ter objetivo, batalhar com realismo, ser feliz sem correntes.

A loucura, em meu ver, sempre caminhou por outra via que não a burrice. Loucura é ponto de vista! Ser louco hoje em dia pode ser tentar ir contra a sociedade, pensar, responder, criticar e agir, tudo que difere do padrão social. Loucura hoje pode ser sinônimo de personalidade, perspicácia, sabedoria e ainda honra.

Espero que aqui comigo esteja os desajustados. Rebeldes, criadores de caso. Pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente e não curtem regras impostas sem raciocínio. Aqueles que fogem, por si, pra si! Aqueles que desrespeitam apenas o status quo. Aquele a quem vou poder citar, discordar, glorificar ou até caluniar, mas que nunca conseguirei ignorar, porque eles mudam as coisas, fazem acreditar que a raça humana avança. E que enquanto taxados de loucos por alguns, continuemos seguindo o espelho que nos aponta as falhas para que sejamos reconhecidos um dia pela genial loucura de persistir no que cremos. Eu quero comigo os que se dão bem com os corretos, mas que são loucos o bastante para acreditar nas mudanças, em um mundo melhor, mas digno, mais justo, menos diagnosticável, que se divertem mais com os demais.



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