Ainda você.



Ainda que você não saiba, tatuei o teu nome no peito. Me droguei com sonhos, acordei no sofá.

Ainda que você não entenda, não escrevo o remetente da carta. Talvez você rejeite minhas digitais, mas assim eu posso, ainda que discretamente, te tocar.

Ainda que você não adivinhe, minha cama sente o frio quando você vai embora. Ela inveja quando aqueço imaginando trocá-la por teu colo.

Ainda que você não perceba, blindei minha porta. Só você pode entrar, mas canso de perceber pelas manhãs que você não está lá... 

Ainda que você não lembre, nos comunicávamos muito. Hoje, a raridade enfraquece nossa maré, nossa viagem de dois tripulantes, nossa luz acessa em beijos.

Tudo passa, ainda que não preveja quando...

Ainda que você não leia, estou escrevendo o que nunca fui capaz de dizer. Certamente não enviarei, talvez queimarei para que os sentimentos ardam, a dor não fique mais tão em chamas, te chamando.

Ainda que você não perdoe, quero ser clara. Seria dramática se assumisse meu erro de não me vencer pelo que sinto por você?!

Ainda que você não esteja no futuro, espero ver-te como surpresa. Talvez esteja presa em avançar, olhar além, tão além que o nítido fica turvo...

Ainda que você divirja, não quero esperar, nem milagre. Quero que as coisas passem. Quero, não quero. Alterno. Quero que fiquem claras.

Ainda que você esteja distante, sempre esteve perto. Não depende só de mim, não posso fazer nada sozinha, vai ser complicado para nós dois, mas ainda não quero que você me perca!





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