E eu continuo esperando.



Hoje eu estou para nostalgia, me envolvi em cartas, daquelas que em cada letrinha sentida declara amor e comove um tanto de saudade... estou sentindo que apesar e por tudo, minha vida é perfeitinha, e tenho o que agradecer a pessoas extremamente específicas. Mas o fato é que esta forma de encarar a vida tem um doce enredo.

Já perdi as contas de quantas vezes assisti Esperando para sempre (Waiting for Forever) desde o lançamento em 2010 - esse é um daqueles filmes que endoçam a teoria de que a cada nova leitura encontramos uma coisa a mais para aprender, no caso, amar. Certamente será aquele de cabeceira requisitado para repetir a cada falta ou dúvida de opções, enquanto de conchinha com o namorado, num dia de chuva, reencontro de antigas amigas ou somente só!

É um filme retrôzinho, fotografia perfeita, trilha sonora deliciosa, recheadinho de fofura, e não é pra menos, made in Emma (Rachel Bilson) e o Will (Tom Sturridge). Agora, se eu quiser elogiar, utilizo expressãozinha "so picky" como herança!

Sabe, o filme resgata aquele sentimento único que na infância guardamos para não mais esquecer. A paixãozinha pura e gostosa que faz tremer só de pensar em se declarar, sabe?! Faz com que os contos de fada não pareçam tão fictícios assim, afinal, em algum lugar do coração, há sempre um caminho encantado por onde o tempo não passa ou é capaz de voltar.

Talvez o que mais me encantou, é que esse encanto partiu do homem da história. O Will é fiel a uma namorada que não sabe da existência dessa relação. rs... Parece loucura, e é assim que as pessoas ao redor enxergam, julgam, criticam... mas ele vive essa espécie platônica de paixão que não se contenta somente em sentir, vive. Vive seguindo seu amor por onde for, como se fosse errado seguir uma direção contrária, como se cultivá-lo fosse a coisa mais importante da vida...e é! Não tem carro, endereço fixo, nem sequer emprego. Se veste com roupas flaneladas como pijamas, que permitem leveza, estilo, todo performático para viver dos malabarismos que o mantém e exibem para seu amor. 

Emma, com uma vida mais próxima do real, com perda familiar, carreira infeliz e relação conturbada, não tem mais aquela inocência de criança, aquele coração bobo a ponto de se apaixonar pelo fato de ter uma demonstração de carinho, de atenção, de amor...

Posso ser eu a bobona da história, numa proporção assim, sequencial! Se for idiotice se encantar pela imaginação da existia de alguém "perfeitinho" daquela forma, apresento-me. Mas é a fé, a crença, a coragem de ser louco ou apenas admitir o sentimento que faz a gente esperar e esperar acreditando, sabe?! Sem muita explicação, talvez nenhuma lógica, mas com uma sensação de satisfação por fazer o outro feliz, ser apoio e presença mesmo que imperceptível, ser a amizade, ser o bem estar, ser as lembranças de um tempo que não volta e que nem deveria ter ido... ser e ter prazer de ser não tem preço!

Talvez nada torne a vida mais feliz que um coração satisfeito.     São coisas que não se convertem, são apenas manifestas e a sorte desvendará o destino. Uma vida assim, por si só, é uma declaração, mais para somar, é deste filme a carta mais linda, empatando com a de PS.Eu te Amo, vai! Mas certamente a mais sonhada que eu já ouví, revi e li milhares de vezes:

Cartas de amor ruins imploram pelo amor. Cartas de amor boas não pedem nada.(...)  Você já fez de tudo. Já tenho memórias suas que durarão para sempre. Então por favor, não se preocupe comigo. Eu sou "perfeitinho" de verdade, tenho tudo. Se eu tivesse um desejo seria de que a sua vida desse a você o gosto da alegria que você me deu. Que você sinta o que é amar.(...)

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