O amor é pros fortes!


Mas quer saber? Só sei da existência desse tal de amor entre os fracos. Fracos do tipo que se desidratam de lágrimas e entendem o que é cair o mundo. Desses que machucam ou estão machucados no final de uma briga. Fracos do tipo que a ferida não fecha sem dor latejante, pulsos fracos ou gritos desesperados. Só vejo o amor em gente que não tem armadura nem imunidade, gente que tem problema, loucura e cara de pau para ir e amar de novo. O amor está nesse tipinho de gente que merece ser amado, por... fraqueza mesmo! Por não querer e em hipótese alguma evitar. Gente que acaba de se fragmentar e num piscar dos olhos e atravessar de rua já está amando novamente. Gente que não dá pra acreditar! Gente que vive, que sente, que entende, que aprecia o amor na essência. Essa gente que sabe que o amor é construtivo e como tudo que se constrói precisa de base, de experiências, frustradas também, porque não? O amor é a lição que só os fracos que se entregam aprendem. Aprendem pois não tem jeito, se entregam por completo, sem meio termo, sem a parte que corresponde, no mínimo, compartilha. Ou é fraco ou não cede, não ama! Nem todo fraco sabe amar, sim, um tanto só sabe sofrer, mas há disponibilidade pra aprender, se permitir. Tantos anos de sociedade e está mais que óbvio que o amor não foi feito para todos, mas é da fraqueza acreditar, esperar sua vez. A fraqueza abala, abate, inunda, vai da cabeça aos pés e não permite outra coisa senão doar, explodir de dentro de si e tomar o espaço que lhe cabe em outro corpo. Um brinde a todos os fracos que juntos são mais fracos, como cantaria Vaquer, "Fadados à confortável derrota coletiva". Amém!



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