À você



Minha caneta tem cheiro doce de morango, minhas unhas crescem pensando em tua pele, meus cabelos alongam almejando se espalhar sobre você...

A minha vontade de escrever é envolta em lágrimas, meu coração se dedica ao anseio de tua chegada.

As letras são pessoais e eu estou triste, tento ser fria, estar distante sentimentalmente como me encontro presencialmente, e assim digito.

A tigela de sucrilhos, cheia, foi deixada de lado por não ter sabor sem teu colo.

Nem romance nem terror, em nenhum filme me concentro sem teu peito, sem poder segurar tuas mãos.

Me sinto ainda mais frágil ao pegar a minha garrafinha de água na geladeira e me hidratar sem você me observando com feição de riso, ironicamente me comparando a um bebê.

 Nem interesse nem preocupação, sem você nem meu celular tem atenção.

Não consigo me sentir em casa na nossa casa. Não consigo tanto!

Visualizar a lua, antes acalentadora, tem me desfocado. Nas saídas com amigos sinto como se me faltassem braços, pernas, ânimo e muitos risos bobos, olhares brilhantes de admiração.

Teu sumiço me assassina, tuas notícias são incompletas, tuas aparições nada suficientes.

E eu me pergunto qual o propósito disso tudo? Porque te conhecer, assim tão perfeito encaixe pra mim, se não for enquanto houver vida? se não for para juntar nossas vidas?

 Tenho sofrido, crido, esperado, suportado... tudo, tanto!

Porque a distância, o interesse de teus conhecidos, a proximidade de próximos em comum?

Porque ganhei você na proporção que te perdia? Porque sofrer a experiência sobre uma ciência que já tinha?

Meu caderno é inútil e meus livros estão fechados. Tenho milhares de afazeres  mas os sentimentos que brigam e me vencem dedicam cada escapada ou drama inspirado, à você.


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