Nivelar por baixo

Dias desses, antes do começo de uma aula, rolou um papo descontraído a fim de explicar à professora os envolvimentos modernos, e o resultado do que foi construído entre cerca de oito opiniões femininas com status civil diferenciados ficou mais ou menos assim: 

  • PEGUETE - trata-se de alguém que 'meramente' atrai fisicamente mas que não há perspectiva de se tornar algo mais. Existe um controle para que não vire apego sentimental.  
  • FICANTE - esse nível determina "regras" que pode envolver o "ficar sério" - que não abre brecha pra outros participantes na relação - e a "relação aberta" - que cada um pode se envolver com outros e ficam quando se encontram -, o fato é que nenhum quer assumir um compromisso perante os outros e pra si mesmos.
  • NAMORO - como o noivado de antigamente é um passo sério, é assumir, é ter regras, ter que dar satisfações e trabalhar fidelidade. Pra alguns esse é um patamar tão sério que lembra forca e um túnel escuro, como se não tivesse como sair.
  • NOIVADO - status em processo de extinção ou utilizado para enrolar o parceiro com uma aliança no dedo por mais um tempo indeterminado. É o passo de agradar ou tapear a expectativa da família.
  • JUNÇÃO - É o processo de antecipação do convívio em que mesmo com seus habitats independentes as pessoas escolhem ficar juntas, mas se não der certo, há férias! Além disso, esse passo inibe burocracias com cartórios e igrejas, diminui as despesas já que a ideia é estar junto como casal.
  • CASAMENTO - Ahhh, essa é a única etapa que devia ser levada a sério, mas por ironia amedronta e se torna terreno de total incerteza da maioria que se atreve ou sonha. É o que tem terminado mais rápido de todos os itens acima, contrariando o fato de que deveria ser um vinculo maior do envolvimento, legalizado e por isso seguindo os padrões que requerem investimento e plateia, concretizando o amor que vinha sendo trabalhado nas sessões anteriores, se não fosse a convivência e imaturidades.
É interessante e um tanto quando curioso que todas as moças pensam em compartilhar o futuro com alguém, seja de forma menos comprometida ou seguindo todos os padrões de outrora, as pessoas sentem a necessidade afetiva.

O que pude perceber nessa conversa é que, em busca de um nivelamento de gênero, as mulheres têm tentado adaptar das características masculinas aqueles pré-requisitos críticos e questionáveis: O desapego, descompromisso, medo de envolvimento tem confundido o terreno das relações humanas.

Acreditem, hoje em dia até encontro mais homens com noção de responsabilidade afetiva, mas estes estão confusos e temem não encontrar o par ou não poder confiar ou não saber quando é o tempo certo de avançar.

 Seja por medo ou calejamento, nós mulheres temos algo a repensar, porque a sociedade não merece mais um nivelamento por baixo, rasteiro, que não tem nada de bom a acrescentar!


Comentários

  1. Adorei o texto Lay. Parabéns. E concordo com o final. Você escreve lindamente. Bjs, amiga <3

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