Primeiro se amou



Se tem uma coisa que machuca é gostar de alguém que gosta acima de tudo de si. Sim, amor próprio é questão de sobrevivência, mas quando amamos alguém, o amor ao outro faz parte do próprio. Porque digo isso?

A princípio, não estou falando aqui de amor próprio no sentido de não se submeter a maus tratos, traições, desrespeito. Isso é o mínimo esperado de um ser humano. Falo amor próprio no sentido de se priorizar acima e além de qualquer coisa.

Quem se ama num patamar assim, vai entender renúncias como obrigação e não atenderá pedidos. Quem se ama assim, não reconhece verdadeiras demonstrações de carinho. Quem age dessa maneira, acha que o tempo cura qualquer mágoa, não se preocupa com a causa, se afasta nos momentos de mais dor e acha que tem que ser compreendido se o parceiro realmente lhe tem amor.

Quem ama dessa forma faz a fila andar, não quer olhar pra trás porque lá não cabe mais. Não importa quem ficou, como ficou, porque ficou. Não importa, não se importa! Simplesmente não entendem aqueles que não conseguem pegar o que tem no coração e se desfazer.

Quem aprendeu a se amar dessa forma, maltrata quem lhe ama como se despetalasse flor. Encanta, cativa, mas não se responsabiliza. Quando cansa ou enjoa, vai em busca do que é novo. Amar se torna um peso, uma carga para quem ama quem primeiro se amou.

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