Só a educação desconstrói mitos



Nesta semana o escritor e influenciador contemporâneo @akapoeta resignificou a educação como a inimiga da ignorância e da tirania. Pela educação o povo brasileiro se uniu contra a proposta de diminuição de investimentos provando que não somos um país repleto por uma "maioria de idiotas" tão apáticos assim.

Veja bem, a educação está intimamente ligada ao raciocínio, à exploração da força da mente e ao exercício constante da aprendizagem capaz mudar realidades. Albert Einstein uma vez disse que 'a mente que se abre para uma nova ideia jamais retorna ao seu tamanho original'.

A educação é um movimento e, para os não simpatizantes, até seja confundida com a mistura de furdunço com a algazarra, uma espécie de balbúrdia do pensamento. Alvo de vingança dos que reprovam em conhecimento e crítica daqueles que não vêem relevância em exercitá-la.

Para além das vivências e experiências, seja em casa, na escola ou na universidade, em qualquer nível, é a educação que finca a consciência, individual e coletiva, social e até cívica. Afinal, a educação nos dá limites, nos faz entender que nosso espaço acaba quando começa o do outro e que, de maneira alguma o medo vale mais que a compreensão ou a vida tem menos valor que a morte.

Nesta mesma semana, o calendário vibrou o dia da família (15.05) e também a luta contra a homofobia (17.05). Como não reconhece-las como marco de um processo de reeducação social ímpar?! Se por muito tempo nossa cultura nos enquadrou numa condição limitada às tradições e receosa às diferenças, agora qualquer passo no sentido inverso seria retrocesso.

O apego à educação nos fortalece enquanto sociedade para não mais ignorar o que deve ser encarado, afim de encontrarmos soluções e mudança de práticas. É esse apego que nos prova a necessidade de sermos coesos, bons leitores e intérpretes, para que aqui caiba a todos. É a prova do quanto ainda precisamos aprender com o passado aquilo que não se deve repetir no futuro e reconhecer aquilo que não nos cabe mais no presente.

A defesa mirada na educação é a prova de que conseguimos compreender que a família vai além daquilo que foi preestabelecido como tradicional e seu mérito encontra-se nos sentimentos e vínculos seguros, envolve um ambiente saudável para desenvolver seres humanos. O exercício de pensar a estrutura familiar nos faz conscientes de que o que põe em risco esta base é a falta de amor e responsabilidade de tantos pais e mães para os quais faltou, pasmem, educação, sobretudo sexual.

Esta mesma educação que nos faz enxergar, aceitar e respeitar as diferenças, não encara-las como ameaça. Entender que a condição sexual do outro vai muito além da minha concepção espiritual para conceber que direito não é opcional, mas inerente a todo ser humano. É o que nos faz, a todos, se importar muito menos com as cores das vestimentas de meninos x meninas e muito mais no que é transmitido para que esses meninos e meninas não meçam suas diferenças por preconceitos e raças.

Desta forma, só a negativa à educação é capaz de estagnar mentes que teimam e permanecem irredutíveis, que não desejam se abrir a novas ideias. Só a ausência de educação conserva a falta de diálogo e considera inútil discutir e propagar assuntos que afetam diretamente as relações. Só a falta de educação faz acreditar que o brasileiro prefira sustentar mitos à desconstruir tudo aquilo que ameaça manipular ideias e ideais.

Laís Sousa

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