2020 revirando o calendário



E sei lá, mas eu já me antecipo em fazer meu texto de final do ano. 2020 são décadas por mês, e nas minhas contas, 12 meses já passaram de uma vez, se não me engano...

Enquanto 2019 devastou por terra, fogo, céu e mar de forma que não dá pra apagar da memória, ainda assim, não nos prepararia para o que 2020 faria com nossa história...

Começo ou fim de uma década já não mais importa, que seja o fechamento de um ciclo porque se for início, a esperança jaz, morta!

Não tenho dúvidas que Jesus vem sim, o Messias de verdade, porque a humanidade que se apega ao fio de bondade não aguenta mais tanta atrocidade, mesmo que "religiosa". "Deus não gosta de terror", pois é, nem de racismo, nem de egoísmo, nem de tanto tipo de ataque, nem de comédia na tragédia, nem de tanta proza.

Covid-19 devastou o mundo, mas no Brasil foi jornada dupla. A política "bostejou" o que alguns já sabiam, mas não ousaram imaginar.

 Este ano, sobretudo, devastou por dentro! Foi perder amores na forma física ou manter a distância como prevenção, foi ver as diferenças sociais de uma forma nítida e ver gente prontamente defendendo sob a vida o capital, e ainda a exploração.

Foi uma pandemia que não acreditaríamos viver na história. Nós não somos a geração da tecnologia? Pois é, mas ser humano não é máquina... e foi a hora de provar que em ciência temos chances, mas reprovaríamos na prova de consciência!

Doença pega! A doença da falta de conhecimento, da idolatria cega. A doença do presidente que só fala merda. A doença da impotência e da expectativa em uma justiça que, se age, o faz em câmera lenta. E tem gente que inventa, que fantasia a própria realidade para justificar o dia em que disse ser contra a corrupção enquanto se inspira em uma família miliciana que vestida com camisa FIFA e com a bandeira como manto, devastou a nação.

Se esses forem os verdadeiros princípios e bons costumes brasileiros, queria eu, de bom grado, poder abandonar a nação de gado...

Teve live, não teve show. Teve livro, mas não conheci nenhum autor. A feira que teve foi virtual. O catálogo inteiro da Prime e Netflix já não é tão atual. YouTube tá até fazendo novela. A gente vê a vida passando pela tela ou pela janela. Não me admira que o meme mais marcante foi de uma equipe dançando enquanto leva um caixão adiante...

Encontros, off. Só lamento pelos solteiros! Pensando bem, tem mulher em casa apanhando também...
Trabalho, home office - ao menos para quem não integrou  a lista do desemprego, daqueles que não tiveram que contar com aprovação do auxílio e boa vontade do governo. Da desigualdade, pouco solidária e ainda mais gritante, que faz permanecer a morte por fome em meio ao pesadelo. De alguns que tiveram que se submeter, para não perder o emprego, aos caprichos "espertos" que aproveitaram da inconstância para burlar até os feriados regulamentados, já que o ano inteiro pareceu um péssimo prolongado.

Mas entre as tantas coisas que me nego, está envelhecer, comemorar um aniversário em um ano que não vivi pra ver. São ausências e saudades... Mas não é que a gente cresce?! Não posso dizer que não me desenvolvi, nossa, quanto me conheci, quanto eu aprendi convivendo comigo mesma sozinha por meses. 2020 já vai tarde e o amor-proprio invade!

Laís Sousa
@laissousa_ | @fugacomlais

Comentários

  1. Reflete a visão de muitos de nós! Tem deixado um rastro de novas percepções incríveis!

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  2. O Belo e estreito se passando em suas palavras, mesmo diante desse caos de horrores que estamos enfrentando. Parabéns Pela Linda Reflexão Laís!

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